Saúde mental e luta antimanicomial.


http://www.canal.fiocruz.br/video/index.php?v=Jornal-da-Saude-19052015-JDS-0981

Retirado de:  https://www.facebook.com/antimanicomial.dejaneiro

Sobre jorgesapia

Abduzido pela folia foi tentar entender esse fenômeno no bacharelado de Ciências Sociais da UFF e no Mestrado em Sociologia do IUPERJ. Com sua identidade secreta dá aulas de sociologia, cultura brasileira e Teoria Social do Carnaval em diversas instituições. Entre um semestre e outro, despede-se de seus alunos com um Meu Bem, Volto Já, saudação que acabou dando nome ao bloco que fundou no Leme. Durante o reinado de Momo compõe sambas para diversos blocos da cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro.
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2 respostas para Saúde mental e luta antimanicomial.

  1. jorgesapia disse:

    Bom dia Roberta, que interessante essa relação que você fez. O caso de Barbacena é, sem dúvida, modelo do que houve de mais violento no tratamento e na desqualificação daqueles que a sociedade, pelos mais diversos motivos, excluía em instituições totais. Se não me engano tem um documentário sobre isso. Abraços
    Jorge

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  2. Roberta disse:

    Quando li o assunto abordado logo me veio a cabeça o livro ” Holocausto Brasileiro” lido recentemente e alguns outros textos publicados pela jornalista Daniela Arbex onde sempre com maestria aborda a historia da saude mental e da barbárie vivida no nosso pais. Pensar em holocausto nos trás a mente o genocídio cometido por Hitler na Alemanha ou ainda o Apartheid ocorrido na África do sul o que nos faz crer que vivemos em um país livre, com o direito de ir e vir respeitado no entanto a historia nos mostra que esse episodio ocorreu no nosso Brasil, mas especificamente em Barbacena – MG.
    Sem motivo algum, milhares de brasileiros que lá eram internados por motivos bobos e sem qualquer evidencia de distúrbio mental, foram condenados à morte e destituídos de toda e qualquer forma de humanização. A maioria morria de fome, de frio ou de eletrochoques, comuns no hospício. No período de maior lotação, em média 16 pessoas morriam por dia e os corpos erram vendidos a faculdades de medicina sem o conhecimento de seus parente. Quando a demanda diminuiu, os corpos eram decompostos por ácido, na frente dos pacientes, para que as ossadas pudessem ser vendidas.
    Em 1979 o psiquiatra italiano Franco Basaglia, pioneiro na luta pelo fim dos manicômios que também visitou o Colônia, declarou em uma coletiva de imprensa ““ Estive hoje num campo de concentração nazista. Em lugar nenhum no mundo, presenciei uma tragédia como essa.”
    A luta antimanicomial já vinha a algum tempo tentando fazer com que os tratamento desumanos dos internos do Colônia fossem vistos pelas autoridades e que fossem empregadas politicas publicas para que houvesse uma mudança nas instituições porem não eram ouvidos, já que o processo de “limpeza social” pelas internações indevidas eram benéficos a alguns muitos.
    A historia do Colônia começou a mudar em 1979 quando Jairo um acadêmico de medicina aceitou a proposta para trabalhar lá, a primeira grande mudança foi à determinação que as crianças fosse retiradas de lá e levadas para lugar mais adequado, outra foi à proibição de transferência indiscriminada de pacientes para o Colônia.
    Em 1986 Jairo participou de um projeto que seria uma espécie de embrião das residências terapêutica que mais tarde seriam adotadas como melhor maneira de cuidar dos internos do Colônia, A ideia era permitir que os pacientes que pudessem conviver em sociedade fossem restituídos a ela.
    Somente em 1989 o projeto de Lei 3.657 que propunha a regulamentação dos direitos da pessoa com transtornos mentais e a extinção progressistas dos manicômios no país, esse projeto só virou lei anos depois em 2001 após muitas emendas a lei federal 10.216 foi sancionada.

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